Demora

Dez anos depois, duplicação da BR-116 ainda não foi concluída

Prevista para ser entregue em 2015, ainda hoje menos de 70% das obras na rodovia foram finalizadas

Jô Folha -

Este sábado (20) é uma data significativa quando se trata da infraestrutura rodoviária da Zona Sul. Ela marca os dez anos da assinatura das ordens de serviço que davam início às obras de duplicação da BR-116 entre Guaíba-Pelotas. Uma década depois, a conclusão, prevista para 2015, ainda não aconteceu.

Desde que anunciada, a duplicação do trecho de 211 quilômetros, uma das principais áreas de trânsito de cargas e principal acesso ao Porto de Rio Grande, representa para a Metade Sul mais segurança para os caminhoneiros e população em geral que trafega pela BR-116, além de resultar em mais desenvolvimento para a região.

Entretanto, devido a impasses orçamentários, menos de 70% das obras da rodovia estão finalizadas. Dividida em dez lotes, apenas o trecho de número quatro está finalizado em sua totalidade. A nova expectativa para conclusão é em 2023, conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Neste ano, ainda de acordo com o DNIT, foi concluído e liberado ao tráfego o viaduto de Barra do Ribeiro. A autarquia declara que segue trabalhando para concluir até o final de 2022 mais 29 quilômetros de pistas duplicadas, das quais 12 quilômetros integram o lote cinco. Devem ser investidos no empreendimento mais de R$ 1,5 bilhão.

Mobilização regional
Entre as entidades que constantemente se mobilizam a fim de reivindicar a conclusão da duplicação da BR-116, está a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul). O ato mais recente foi em favor do Projeto de Lei (PL) do Executivo gaúcho que tramitava na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS), dispondo sobre repasse de verba estadual para aceleração das obras na rodovia federal, explica o presidente da Azonasul, prefeito de Cerrito, Douglas Silveira (PP).

"Essa era a última cartada que tínhamos, iríamos colocar essa verba em frentes de trabalho que já estavam em andamento, como uma parte da duplicação entre Camaquã e Cristal, além da ponte do rio Camaquã, mas ficamos sem esse recurso", conta. O projeto foi derrotado na Assembleia. Silveira enfatiza que a Azonasul continuará mobilizada para viabilizar a conclusão das obras o mais breve possível. Segundo o prefeito, o próximo passo será a procura pela bancada gaúcha na Câmara dos Deputados em busca de uma emenda destinando verba para a 116.

"Nós sabemos há anos que essa obra é um gargalo importante para a Metade Sul. O desenvolvimento da região passa por ela. É o principal corredor de produção de todo o Estado com o nosso Porto [Rio Grande]. A estrada é essencial tanto para a segurança, quanto para o escoamento de produção", destaca.

Em Pelotas
Já o coordenador da Aliança Pelotas, Fabrício Iribarrem, afirma que o Brasil precisa aprimorar a forma de conduzir obras públicas, em especial as de infraestrutura. Ele conta que esteve, em 2019, na inauguração do primeiro trecho da BR-116 e, de lá pra cá, as partes de outros lotes que foram liberados melhoraram consideravelmente os negócios e o trânsito daqueles que se deslocam entre a Zona Sul e a capital.

Iribarrem declara ainda que a Aliança Pelotas continua absolutamente mobilizada para concluir o restante da duplicação. "É a principal obra estruturante das últimas décadas. Pressionamos dia e noite toda a estrutura pública e política para finalizarmos essa obra''. O coordenador pontua que a duplicação finalizada trará justiça econômica e competitividade para toda a região, pois aproximará os centros econômicos e reduzirá custos logísticos. "E muito importante, reduzirá as vidas perdidas nesse trecho", conclui.

Na Câmara dos Deputados
O único deputado da região, Daniel Trzeciak (PSDB), também menciona a importância do esforço conjunto: "Não tenho dúvidas de que sem essa união de esforços, da sociedade e da representação política, o projeto estaria hoje ainda mais atrasado", reforça. "É claro que o prazo não é o ideal, dez anos de espera é muito tempo, há toda uma região penalizada, os acidentes ainda acontecem. Por isso, é uma luta nossa".

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